A PROVIDÊNCIA DIVINA E O SOFRIMENTO HUMANO
A revelação Bíblica demonstra que a providência de Deus não é uma doutrina
abstrata, mas que diz respeito à vida diária num mundo mau e decaído.
Toda pessoa experimenta o sofrimento em certas ocasiões da vida e daí surge a
inevitável pergunta “Por quê?”
Conforme o livro de Jó, capítulo 7:17:21 diz:
“Que é o homem, para que tanto o
engrandeças, e ponhas nele o teu coração, e cada manhã o visites, e cada
momento o proves?
Até quando não apartarás de mim, nem
me largarás, até que engula a minha saliva?
Se pequei, que te farei, ó Guarda dos
homens?
Por que fizeste de mim um alvo para
ti, para que a mim mesmo me seja pesado?
E por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Porque agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não existirei mais”.
SALMOS
“Por que estás ao longe, SENHOR? Por
que te escondes nos tempos de angústia?” (Salmos 10:1)
“Porque retiras a tua mão, a saber, a
tua destra? Tira-a de dentro do teu seio. Todavia Deus é o meu Rei desde a
antiguidade, operando a salvação no meio da terra”. (Salmos 74:11,12)
JEREMIAS
Ó esperança de Israel, e Redentor seu
no tempo da angústia, por que serias como um estrangeiro na terra e como o
viandante que se retira a passar a noite?
Por que serias como homem
surpreendido, como poderoso que não pode livrar? Mas tu estás no meio de nós, ó
Senhor, e nós somos chamados pelo teu nome; não nos desampares.
Porventura já de todo rejeitaste a
Judá? Ou repugna a tua alma a Sião? Por que nos feriste de tal modo que já não
há cura para nós? Aguardamos a paz, e não aparece o bem; e o tempo da cura, e
eis aqui turbação”. (Jeremias 14:8,9,19)
Essas experiências alvitram o
problema do mal e do seu lugar nos assuntos de Deus. Deus permite que os seres
humanos experimentem as conseqüências do pecado que penetrou no mundo através
da queda de Adão e Eva. José, por exemplo, sofreu muito por causa da inveja e
da crueldade dos seus irmãos. Foi vendido como escravo pelos seus irmãos e
continuou como escravo de Potifar, no Egito (Gênesis capítulos 37 e 39). Vivia
no Egito uma vida temente a Deus, quando foi injustamente acusado de
imoralidade, lançado no cárcere (cap. 39) e mantido ali por mais de dois anos (cap.
40:1 e cap. 41.14). Deus pode permitir o sofrimento em decorrência das más
ações do próximo, embora Ele possa soberanamente controlar tais ações, de tal
maneira que seja cumprida a sua vontade. Segundo o testemunho de José, Deus
estava agindo através dos delitos dos seus irmãos, para a preservação da vida (cap.
45.5 e cap. 50.20).
Não somente sofremos as
conseqüências dos pecados dos outros, como também sofremos as conseqüências dos
nossos próprios atos pecaminosos. Por exemplo: o pecado da imoralidade e do
adultério, freqüentemente resulta no fracasso do casamento e da família do
culpado. O pecado da ira desenfreada contra outra pessoa pode levar à agressão
física, com ferimentos graves ou até mesmo o homicídio de uma das partes
envolvidas, ou de ambas. O pecado da cobiça pode levar ao furto ou desfalque e
daí à prisão e cumprimento de pena.
O sofrimento também ocorre no
mundo porque Satanás, o deus deste mundo, tem permissão para executar a sua
obra de cegar as mentes dos incrédulos e de controlar as suas vidas (II Cor
4.4; Ef 2.1-3).
O Novo Testamento está repleto
de exemplos de pessoas que passaram por sofrimento por causa dos demônios que
as atormentavam com aflição mental ou com enfermidades físicas,
“E, saindo ele do barco, lhe saiu
logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; o qual tinha
a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender; porque,
tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele
feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar. E
andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e
ferindo-se com pedras”. (Marcos 5:2-5)
“E, havendo-se eles retirado,
trouxeram-lhe um homem mudo e endemoninhado e, expulso o demônio, falou o mudo;
e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel”.
(Mateus 9:32,33)
Dizer que Deus permite o
sofrimento não significa que Deus origina o mal que ocorre neste mundo, nem que
Ele pessoalmente determina todos os infortúnios da vida. Deus nunca é o
instigador do mal ou da impiedade
“Ninguém, sendo tentado, diga: De
Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”.
(Tiago 1:13)
Todavia, Ele (Deus), às vezes,
o permite, o dirige e impera soberanamente sobre o mal a fim de cumprir a sua
vontade, levar a efeito seu propósito redentor (Sacrifício de Cristo) e fazer com que todas as coisas contribuam
para o bem daqueles que lhe são fiéis
“E, tendo eles se retirado, eis que o
anjo do Senhor apareceu a José num sonho, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e
sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes
há de procurar o menino para o matar”.
(Mateus 2:13)
“E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito”.
(Romanos 8:28)
